segunda-feira, 30 de junho de 2008

Categoria: CINEMA - Dez filmes nacionais que não deveriam existir

Vamos falar de cinema. Fazer filmes no Brasil requer paciência de Jó. Além do público ter preconceito com o nosso belo cinema nacional, ainda é dificil conseguir financiamento para produzí-los. Aí é que surge a pergunta: "Se é tão difícil conseguir, como essas porcarias abaixo conseguiram?". Bom, não sei responder, mas vou listar abaixo dez filmes que realmente não precisavam existir (e com certeza ainda economizaria uma graninha para o governo). A ordem é ILUSTRATIVA. Todos os dez filmes abaixo são ruins.

1. Cinderela Baiana


Pára tudo! Você não conhece este filme? Não acredito. É a obra-prima do trash. O ano era 1998. A banda É o Tchan estava no auge do sucesso, aparecendo em Gugu e Faustão praticamente no mesmo domingo. A loira Carla Perez estava despontando para ser o novo símbolo sexual brasileiro. Com um "tchan" avantajado, a dançarina (hoje, uma senhora de respeito, evangélica) teve a brilhante idéia de fazer um filme contando a sua vida. De menina pobre a símbolo sexual. Como ela gostava de crianças, colocou bastante diversas mensagens "do bem", como vocês podem ver neste brilhante final de filme (que eu deveria ter colocado nas dez cenas finais inesquecíveis de filmes). Ah, Lázaro Ramos participou desta pérola. Estou doido para que saia em DVD para assistir os erros de gravação.



2. Sexo, Amor & Traição

Mais um filminho que conseguiu o dinheiro da Ancine, mesmo tendo a Globo Filmes por trás. Essa obra, dirigida por Jorge Fernando em 2004, é uma versão do mexicano "Sexo, Pudor & Lágrimas", de 1999. O enredo é o seguinte: Dois casais com problemas se envolvem com a chegada de uma 3ª pessoa, que irá abalar seus relacionamento. Eles quiseram "abrasileirar" o filme. Para isso, mudaram logo o título e devem ter pensado: "Porra de 'pudor', brasileiro não vai entender essa palavra. E 'lágrimas' também não soa bem... vamos colocar mais 'pimenta' e meter um 'traição' no lugar". E aí fizeram um filme ruim. O mexicano era bastante divertido. Não merecia uma nova versão "abrasileirada". Mas parece que a criatividade está em baixa.... Além de cenas ruins, o elenco contava com Malu Mader, Murilo Benício, Fábio Assunção, Alessandra Negrini, Caco Ciocler e Heloísa Perissé. Precisa dizer mais alguma coisa depois de citar os atores? hehe

3. Qualquer um de Xuxa

Colocar a rainha dos baixinhos aqui foi uma tarefa difícil emocionalmente. Afinal, cresci olhando para as pernas dela (e das paquitas). Inclusive fui ao cinema assistir "Super Xuxa contra Baixo-Astral" e "Lua de Cristal" (que, inacreditavelmente tinha Sérgio Mallandro como príncipe encantado). Esses dois até que eram divertidos... (será que é meu lado nostálgico afirmando uma coisa dessas?). Mas depois disso, os filmes dela têm roteiros horrendos, atores (na verdade, cantores ou modelos atuando) de quinta categoria... Apesar de já ter meus 29 anos, acredito que quando a coisa para criança é bem feita, consegue cativar até os adultos. E os filmes de Xuxa definitivamente estão fora desse contexto. Os títulos são de uma criatividade impressionante: "Xuxa Requebra", "Xuxa Popstar", "Xuxa em Abracadabra", "Xuxa gêmeas" e "Xuxa em Sonho de Menina" são alguns exemplos. Sem contar que parecem shows de artistas como Daniel, Ivete Sangalo e aqueles artistas que fazem sucesso no ano de produção do filme.

4. Qualquer um com Didi de 15 anos pra cá

Outro personagem que já me encantou e hoje me dá tristeza ver em ação. Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina Mufumo era o rei da comédia nos anos 70/80. Junto com Dedé, Mussum e Zacarias, formava "Os Trapalhões" e animava os domingos de todas as crianças. Com isso, era natural que a turma investisse no cinema.

E os Trapalhões fizeram grandes filmes como "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz", "Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão" e a que considero obra-prima, que me emociona até hoje, "Os Saltimbancos Trapalhões". No final da década de 80 e início de 90, a coisa já tava começando a ficar ruim. A presença constante de Dominó, Angélica, Xuxa e outras porcarias começaram a piorar a qualidade dos filmes. Os trapalhões ainda perderam Zacarias e Mussum (os mais engraçados) e a coisa degringolou de vez. Hoje os filmes começam com "Didi e..." e eu não verei nunca mais. (mais recentemente é Didi e Lili - personagem interpretada por sua filha)

5. O Primo Basílio

Filminho mixuruca. A série foi muito boa, o livro idem. Daniel Filho teve a excelente idéia: vou fazer um filme com isso. A história, resumidamente, é a seguinte: uma jovem trai o marido com o primo. A empregada dela descobre e a chantageia, transformando a vida da jovem um inferno. A direção é ruim, a fotografia (escurecida para dar um ar de envelhecido) foi a mais burra que já vi na vida. Se estamos em um cinema, que já é escuro, ainda vemos um filme na tela escurecido, fica insuportável de assistir. Só vou dizer os nomes dos dois atores para você mesmo fazer uma avaliação das atuações: Reinaldo Gyanechinni (marido traído) e Fábio Assunção (o primo Basílio). O único destaque fica por conta de Glória Pires como a empregada.

6. Cleópatra

Esse é uma pérola. Um diretor brasileiro, usando atores brasileiros, com locações no Brasil, para fazer um filme sobre Cleópatra? Só poderia ser uma bomba! Ainda mais com esse elenco: Alessandra Negrini (Cleópatra), Miguel Falabella (Júlio César), Bruno Garcia (Marco Antônio), Taumaturgo Ferreira e Heitor Martinez. A única coisa impressionante (para o bem) é a direção de arte.


7. O Guarani

Filme que fez a vida de Norma Bengell. Até hoje, a obra é de 96, ela não explicou todo o dinheiro que foi gasto na produção, de quinta categoria, diga-se de passagem. A história é baseada no livro de José de Alencar, que, a grosso modo, conta a história de um índio que se apaixona por uma branca no séc. XVII. O índio é interpretado (????) por Márcio Garcia, com direito a cabelo de cuia e tudo. e a donzela branca, por Tatiana Issa (lembra dela?). Direção e atuações ruins. Não precisava ter gastado dinheiro com uma coisa dessas!!!


8. Muito Gelo e Dois Dedos d'Água

Sinopse: Duas mulheres decidem se vingar da avó, que durante a infância delas as atormentava com conceitos rígidos sobre etiqueta e educação, sequestrando-a e levando-a para a casa de praia da família. Você iria ver um filme com esse enredo? Já é um mal sinal. Junte-se a isso a direção de Daniel Filho (ele pode ser muito bom em tv, mas no cinema...). E o elenco: Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Ângelo Paes Leme e Thiago Lacerda. A pobre coitada da avó foi interpretada por Laura Cardoso. As cenas beiram o ridículo e não sei como ninguém tem autocrítica para pensar: "Porque estou filmando/interpretando essa merda?". Ah, o dinheiro... esse vilão que faz porcarias como essa serem produzidas...

9. A paixão de Jacobina

Em 2002, Fábio Barreto convocou Letícia Spiller para interpretar (se é que a ex-paquita sabe o que é isso) Jacobina, uma imigrante alemã que viveu no Brasil em 1870 e recebia mensagens de Jesus Cristo. A história é bem (pouco) interessante. Mas o Barreto conseguiu a grana do Ancine e fez essa pérola de filme. Chato, arrastado (não é novidade em se tratando de filmes de Fábio Barreto) e com atuações sofríveis (idem para filmes com Letícia Spiller e Thiago Lacerdo no elenco). Esse filme, com certeza, não precisaria existir. Teve até merchandising da Azaléia!!!!

10. Chatô - O rei do Brasil

Não sei se vocês sabem, mas a banda Guns N´ Roses (apenas Axl Rose permanece da original) está, desde 2002, para lançar o álbum Chinese Democracy, com canções inéditas. Há seis anos que está este lenga-lenga e nada de sair. Podemos dizer que o Chinese Democracy é o Chatô dos norte-americanos. A diferença é que o ábum da banda não utiliza dinheiro público. Já o nosso Chatô... o diretor Guilherme Fontes (que estava estreando na profissão e, estranhamente, já conseguia uma verba inicial de R$ 10 milhões) abocanhou 36 milhões para fazer o filme, em 1996. Até hoje, não foi finalizado. E o sacana continua aí, atuando em novela, com produtora (que foi montada com R$ 2 milhões) e ainda pede mais dinheiro para finalizar o filme, baseado no livro de Fernando Morais. Chatô é Assis Chateaubriand, o pioneiro da televisão no Brasil, nos anos 50. A história dele é riquíssima e daria um ótimo filme. Em 22 de fevereiro de 2008, a Controladoria Geral da União (CGU) determinou que Guilherme Fontes e Yolanda Machado devolvessem R$ 36.579.987,99 para os cofres públicos.

4 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Bom tema esse... bom tema. Concordo com os 10. Sou fã do cinema nacional, mas tem um ranço global que é insuportável, a exemplo dos filmes de Jorge Fernando e Daniel Filho.

Anônimo disse...

Carla Perez hj é uma ex-puta, hauhauahuahuahauhauhauahuahuahuahauhau, ser evangélica não significa absolutamente nada hj em dia.

Anônimo disse...

Epaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Todos de Xuxa não! Eu adorei Lua de Cristal e Super Xuxa Contra o Baixo-Astral!hauahauahauahauaahua. Brincadeirinha! Bom post, concordo com tudo, mas eu sou suspeita pq o cinema nacional me desagrada muito.

Unknown disse...

O cinema nacional é uma merda, salvo algumas exceções...